sexta-feira, 22 de abril de 2016

Haja coração!

Vocês que têm me acompanhado, sabem que defendo atitudes de cuidado com mente, corpo, filhxs e saúde de um modo geral... Nunca fui obsessiva nestes sentidos quaisquer, mas valorizo qualidade de vida pra gente, para a filharada.
Estes tempos postei sobre o fim do meu sedentarismo, sobre a necessidade que senti em ter um corpo e vida mais regrada em termos de alimentação, exercícios, tudo... Assim, fui buscar respaldo na questão alimentar para mim também, afinal de contas, sempre estive atenta aos filhotes e par mim, neca... 
A nutricionista do filho virou a nutri da família, e foi com ela que iniciei a etapa dos esportes. Calma aí que vou chegar onde vocês devem estar curiosos...
Decidi que não queria nem engordar e nem emagrecer, apenas tonificar meu corpo e ganhar massa muscular. Queria fazer esporte indoor, porque chega uma certa época do ano, que apesar de não fazer frio por aqui, tem chuva, tem empecilhos que atrapalham atividades externas. Assim sendo, decidi pela musculação. Exercícios localizados, que atendessem minhas expectativas...
Ahhh, agora começa a novela que vocês entenderão a sucessão dos capítulos...
Busquei um cardiologista para fazer uma avaliação e que então, ele me fornecesse um atestado de boa saúde e aptidão para a prática de exercícios. Ok, consultei e ele na própria consulta já realizou um eletrocardiograma. E me pediu um check-up, teste ergométrico e exames de sangue. Eu nunca tinha feito ergométrico, fui. Todo mundo que já fez, e com quem falei, me alertou da importância de não me exaurir e fazer no meu limite. Assim fui eu...
Para minha surpresa e apreensão, deu arritmia. Houve a necessidade de investigar, poderia ser um falso positivo. Nesta situação, acabei buscando um segundo médico, que foi quem pediu exames complementares, para que pudéssemos descobrir se de fato, havia esta tal arritmia enfim.
No rol de exames estavam: ecocardiograma, holter e cintilografia. Este último é um incômodo, mas necessário e até que suportável... Mas foi ele que trouxe a bomba no laudo: isquemia miocárdica em 12% do ventrículo esquerdo... Ora! Um cara com nome e sobrenome assim, comigo e eu sem nunca imaginar a existência dele? Como poderia ser isso? Ter uma coisa sem a qual nunca apresentei sintomas mais significativos, nunca tive dores, como poderia isso? 
Foi então necessária outro exame, para se ter certeza de fato, de que estes 12% faziam parte de 14% da possibilidade de ser falso...
Não escapei do cateterismo... Este sim, odiei e não vou falar para vocês mais detalhes porque pedi sedação e quis ser poupada de cada detalhe, porque simplesmente tenho aversão a veias, e né, isso aí é informação que to pulando... 
Mas felizmente, cá estou para finalizar estes diagnósticos: meu coração está firme e forte. Há arritmia, será medicada. Não há doença coronária, não há motivos para meu coração ficar apertado, sofrendo por doença que ele não tem e por algum instante, cheguei a pensar ter...
Não que eu esteja imune, nada disso, ninguém está! Mas sigo com este músculo forte, pulsando, batendo, vibrando, por vezes encolhendo e por tantas outras ritmando minhas emoções! Sigo pronta para viver o que for pra viver e contar com meus batimentos no ritmo que têm que ser, que têm para ser. 
Encontrei carinho em muitas pessoas com quem dividi esta angústia da possibilidade de talvez ter o que de fato não tenho. Amigas e amigos que estiveram do meu lado desacreditando de qualquer diagnóstico diferente do que não fosse o de saúde. Família que não me abandonou e esteve atenta e cuidando cada passo que dei a cada nova avaliação. 
Não tornei isso público antes porque precisei estruturar dentro de mim esta variedade de sentimentos e novos medos. Precisava estar forte caso tivesse de enfrentar o pior... Precisava de mim para poder suportar a mim mesma. Felizmente pude estar ao meu lado quando mais precisei de mim, e agora posso contar tudo o que vivi, para vocês, com tranquilidade.
De tudo, trago as lições de que não podemos nunca deixar de cuidar da gente mesmo em quaisquer circunstâncias. Não se pode querer ir a uma academia que simplesmente faça a gente assinar um termo de responsabilidade em caso de "acidentes". Lógico que muitxs de vocês não precisariam passar por esta bateria de exames por que passei, por já praticarem exercícios e por terem funcionamento físico diferente do meu. Mas estejam atentxs! Cuidem-se, prestem atenção ao corpo de vocês! Há doenças silenciosas, há sintomas facilmente confundidos com cansaços e reações pontuais.
E assim, haja coração para vivermos tudo e mais um pouco! Mas só haverá coração se houver uma cabeça bem firme e forte para levar este corpo da gente aonde ele quiser ir, aonde ele quiser estar! 
Cuidem de seu coração! Amem, vivam, sejamos felizes!

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Uma década de Manu!


Hoje completo uma década de mãe de menina. Hoje minha menina faz 10 anos! Seguimos naquele dilema clássico, que é grande para algumas coisas e pequena demais para outras. Ah, mas se é uma coisa para a qual ela estará sempre adequada, é para ser amada por mim: sempre!
Em dez anos, mergulhei a fundo no universo da minha filha. Guria que ora gosta de rock, ora se encanta por melodias de ninar. Menina que desenha seu mundo em folhas e mais folhas de papel. Escreve sua expressão através de suas ideias. Expressa sua alma  através de traços ou letras. Filha que me mantém atualizada sobre as novidades frenéticas do mundo pop, descolado, dinâmico e das transformações.
Esta minha filha é meu pé no futuro, terreno este em que desejo fervorosamente pisar com muita delicadeza e familiaridade. Sei que minha filha será uma grande mulher. Destas que lutam pelo que desejam, que vão atrás de seus sonhos(cookies e marshmallows!) e de tudo que lhes trouxer luz para a alma.
Manu, até aqui tem sido um grande barato aprender tanto a cada dia, contigo. A partir de amanhã, é novo ciclo, novo início de década. Mas tenho certeza: cada uma será melhor do que a outra e vamos sim, seguir parceiras e unidas - mesmo que tu não goste das roupas que eu escolher pra ti, vou te amar por todas as nossas vidas!
Feliz aniversário, princesa dos meus sonhos! Boneca que anda, faz pirraça, cuida de mim e faz de mim uma mãe e humana, cada dia melhor! Hoje a festa é tua, Nunaaa!!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Na aventura surpresa, um tour de emoções familiares



Que saudades de blogar... Tenho disso, apesar da saudade, tem vezes que não consigo simplesmente parar e sentar e escrever. Parece tão simples, não é? Claro não é. Então quando surge algo intenso, de que eu sinta a necessidade forte de compartilhar como máximo de pessoas, eu blogo. Cá estou, e se preparem porque é texto longo, mas garanto que vale a leitura!

Tudo começou no dia em que eu soube que a avó do meu marido, sofrera uma queda em casa mesmo e estava com sequelas, dentre elas a perda da fala e dos movimentos de um dos lados do corpo. Ela teve um AVC Isquêmico no lado esquerdo do cérebro, o que veio a paralisar totalmente o lado direito do corpo dela.

Foi um grande choque receber esta notícia e cair na realidade de que nunca mais poderei escutar a voz dela me ligando para desejar feliz aniversário, ou mesmo saber das novidades aqui dos bisnetos dela... Então, o feriado da semana santa veio a ser peça fundamental para se elaborar uma ida até lá, para vê-la, senti-la...
Decidimos não participar às pessoas queridas presentes em nossas redes sociais. Seria doloroso demais selecionar com quem estaríamos nas poucas horas presentes em Porto Alegre, tendo em vista que nosso objetivo era uma cidade do interior...

Chegamos na capital gaúcha às 17h da quinta-feira. Jantamos com uma família de amigos da qual eu desejava fortemente conhecer a pequenina prestes a completar um ano e, reencontrar os demais membros. Não queria que ninguém modificasse planos de viagem, apenas por nossa muito breve passagem pela cidade. Por esta razão, entendam todxs vocês, amores gaúchxs, ninguém foi notificado. E saibam que voltar com mais calma, para poder estar um pouquinho com todo mundo que tem saudade de mim e da minha galerinha, faz parte de um plano mais elaborado...

Então, na manhã da sexta-feira santa, pegamos a estrada rumo a um destino de cinco horas e meia de chão... Aventura com a gurizada, coração tenso pelo que seria encontrado... As emoções começaram com a meteorologia: chuva e frio, tendo em vista que uma semana antes a previsão dizia mínimas de 17 graus e máximas de 25. Sorry, mas não rolou nem uma nem outra e a gente estava desprevenido...

Foi então na tarde da sexta que fui ao hospital ver a bisa. Cheguei lá e ela estava cochilando sentadinha numa poltrona. Falei com ela, disse meu nome, brinquei que ela havia feito arte e que isso me levara até ela... Ela me reconheceu, vi o brilho do olho, vi algumas reações particulares que ela sempre realizou comigo, como por exemplo, dedilhar minhas pulseiras com a ponta dos dedos. 

Não consegui conter minhas lágrimas e de repente meu mundo abriu uma enorme cratera... A avó que me aceitou como neta aos 21 anos, estava ali: toda contida dentro de um corpo que não a deixa mais ter interatividade com o lado externo a ele. Fiquei perdida, desesperada, revoltada, triste mesmo. Era a minha avó que estava ali, embora eu não tenha o sangue dela em minhas veias, tenho em meu peito todo o amor que recebi dela ao longo destes anos que nos conhecemos.

E durante a visita, procurei estimular algumas reações nela. Ela deu gargalhadas, apesar das limitações, ela entendeu minhas bobagens. Coisas que falávamos as duas no telefone e muitas risadas demos juntas. Eu costumava dizer a ela que a traria para o Rio, para desfilar de topless nas areias de Ipanema, Copacabana. Ela ria muito. Eu também ria e guardava comigo a cumplicidade das besteiras que a faziam rir e que sempre me traziam um pouco de luz, ao lembrar que ela ficara feliz em falar comigo... Vou dizer pra vocês que eu e ela falávamos mais seguido do que o neto de sangue dela (marido!) e ela.

Deixei o hospital com esperança de que ela tenha os melhores atendimentos e possa reaprender a interagir... Sei que provavelmente algumas regiões do cérebro dela infelizmente foram danificadas, mas ali há muita vida ainda. Me recuso a pensar diferente!

Então no sábado voltamos para Porto Alegre. Sensação doida, estranha... Imaginem que não poderíamos ser vistos por ninguém...Afinal de contas, estávamos tipo modo anônimo por lá... Exceto meu cunhado, que foi nosso cúmplice e ajudou a organizar um churrasco no sábado à noite, para reunir a família toda. Causou um certo estranhamento.. Churrasco às vésperas do domingo de Páscoa, evento certo que de fato, reuniria todos...

Então o esquema foi assim: @s convidad@s chegariam às 19:30. Nós, só poderíamos chegar lá depois de ter certeza da presença de todo mundo lá, sentadinho na sala... E foi então que liguei para minha mãe, comentei que iríamos comer uma pizza. Disse a ela que aproveitasse bem o churrasco por mim e que, ao sair de lá, me ligasse para contar as novidades. Mandei mensagem para minha irmã, a dona da casa, também dizendo que estávamos a caminho da pizza...

Então, tive que convencer o porteiro a não interfonar o apartamento. Expliquei do que se tratava, que entendia a necessidade dele em avisar e tudo o mais. Mas referi o programa do Luciano Huck, com aquele clima de surpresa geral e nossa ideia para tudo acontecer e então o cara foi um amor e liberou nossa entrada. Ah, mas ainda estava faltando minha sobrinha chegar da rua...O que ela tinha de sair bem naquela hora? Teria surpresa!!!

Ok, subimos e deixamos fluir nossa adrenalina. As crianças estavam excitadas demais, não dava mais para contê-las... Subimos. Minha filhota tocou a campainha. Escutei lá de dentro: deve ser a Giu, que deu una saída. E quando a porta se abriu e minha irmã deparou como trio, gente, vocês não fazem a menor ideia das reações da minha mãe e da minha outra mana... Elas ficaram plenamente chocadas, felizes, explodindo de emoção e incrédulas do que estavam vendo...

Foi emoção indescritível! Duvido que algum programa de televisão tenha chegado perto do misto de tudo o que sentimos em questão de minutos... Mas a sobrinha estava chegando. E eles quiseram que ela tivesse emoção também... Para isso, entraram cinco pessoas dentro do quarto dela e apagamos a luz. Acreditem, até o caçula estava cúmplice da bagunça... E foi então que ela abriu a porta, acendeu a luz e escutou um sonoro: SURPRESA!!!!!

Ela não acreditava, gritava, pulava, tocava na gente pra ver se não éramos holografia, sei lá... Só sei que foi maravilhoso!

Nosso churrasco foi repleto de fotos, risadas, conversas, energia linda mesmo. Quando que qualquer um dos presentes imaginaria tamanha surpresa e novidade? Nem nos mais remotos sonhos...

Então, como eu disse no início deste texto, nosso passeio seria breve...E domingo cedo nosso vôo voltava pro Rio. Quase como que o encanto do sapatinho de cristal, assim vivíamos esta viagem...

Voltamos para casa como coração leve, iluminado, abençoado, colorido por tanto amor. Sei que fomos o assunto do almoço de domingo, que estivemos presente lá com a família, apesar de estarmos fisicamente longe. E fiz questão de levar isso assim para trazer novos ânimos para cada um da minha família. De repente desejar forte, querer do fundo do coração que possamos estar sempre juntos física ou espiritualmente. Então o desejo se realiza e lá vamos nós, sorrir com as lembranças do que se viveu e planejar os novos encontros...

E que a gente sempre encontre razões para buscar emoções que preencham nossa alma de muita luz e cor! E que nosso coração seja forte o suficiente para bater em ritmo do que nos acalma a alma e serena nossos sonhos...

Amores gaúches, a gente vai poder se ver sim! Da próxima, todo mundo vai saber quando eu for! Até porque, surpresa repetitiva perde a graça! E quero poder estar um pouquinho com cada um e cada uma de vocês que vivem meus dias comigo, ainda que no plano virtual...




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