quinta-feira, 6 de novembro de 2014

cenas cotidianas do mundo materno

Dia desses, fomos quatro de nós cinco ao supermercado. O mais velho tem dias que não quer acompanhar o grupo. Em outros dias, a filha faz companhia a ele e ficam em casa. Mas neste dia éramos o casal, a filha e o caçula.  Compra complementar, de coisas que não tinham sido trazidas no final de semana. 
 As crianças estavam parceiras, auxiliando o tempo todo - colocando nossas mercadorias escolhidas dentro do carrinho, conversando, vez ou outra implicando um com o outro, mas estava tudo em paz. Tem disso, essas idas ao supermercado com a filharada às vezes é muito estressante. Acabamos demorando o dobro do tempo desejado, apenas resolvendo os pequenos conflitos entre quem está dentro e fora do carrinho, querendo alternar o lugar onde seguirá até o final. E com isso, por vezes supermercado vira programa para um dos adultos fazer - marido odeia ir e também acha ruim que eu vá sozinha porque faz aquela observação que muitas de nós sabemos de cor e salteada: "vocês trazem muitas coisas e coisas desnecessárias (oi?)"...
Pois ao chegarmos no caixa, fizemos a distribuição dos papéis: mamãe no pacote e papai descarregando as compras na esteira. As crianças entre nós, comendo "tic-tac", conversando entre eles, mas ali juntinho. E foi então que o inesperado, mas comum, aconteceu. O caçula bateu a cabeça no carrinho onde estavam sendo depositadas as sacolas já preenchidas.

No mesmo instante, ele começou a chorar. E choro de filho a agente sabe perfeitamente identificar quando ele vem embalado em manha ou dor. Aqui em casa eu tenho detectores especiais e felizmente nunca fui traída por eles! Era um choro dolorido, e eu no pé do caixa de um supermercado, já findando minhas compras, não tinha muito o que fazer. Passei a mão no que de mais frio eu havia comprado: um kit com leite fermentado de garrafinhas, e imediatamente atendi a testa machucada do guri. 

Claro que junto com o resfriamento do local, peguei meu filhote no colo e o trouxe para junto do meu corpo, como uma forma de talvez atenuar a dor dele...
Ele foi acalmando, e pedi à filha que segurasse os frasquinhos tal eu fizera, para poder agilizar nossa saída dali do caixa e irmos para casa. Enquanto isso, marido ia pagando as compras.

Quando estávamos quase saindo dali, uma senhora aproximou-se e fez carinho na cabeça do meu menino. Disse que vira toda a cena, desde o início. E relatou que o que chamara a atenção dela foi o fato de que no instante em que tudo ocorreu, o pai meneou a cabeça naquele típico movimento de negação... Aquele que parece dizer: " de novo? sempre isso!", ou pensamentos do gênero... E também esteve atenta a minha atitude imediata: socorrer e acolher, mesmo que no improviso da solução, mesmo na precariedade de opções. Ela me disse: "mãe é sempre a que dá o colo na hora que o filho precisa, pai sabe que poderia fazer alguma coisa mas pensa e segue pensando. Mãe age!" . 

E eu concordei com ela, realmente sou assim. Ajo imediatamente para auxiliar minha filharada, ou os que amo como filhas e filhos. Não penso em outra coisa senão em resolver uma situação. Posso recorrer a alternativas menos elaboradas, mas nunca ineficientes. E nestas cenas a gente vai cada vez mais tomando consciência de nosso poder materno! De como somos um coração que se move por estes seres que precisam da gente, de nosso carinho, nosso afago, nosso olhar, nosso calor. Os pais que me perdoem, mas há diferenças em nossa constituição enquanto pais e mães, bastante fortes. É um misto de sensibilidade, instinto, olhar, não sei, mas que torna mães e pais diferentes na ação junto a prole. Papais, não estou desmerecendo vocês, absolutamente! Mas quero dizer que até vocês como filhos, sabem do que estou falando quando lembram que, ainda que poucas vezes, um colinho de mãe fez toda a diferença...

E fomos para a casa conversando sobre isso, das diferentes reações que costumamos ter frente ao expressado pelos filhos...Costumeiramente a mãe acolhe e o pai segue sem maiores aprofundamentos. Essas diferenças são complementares, importantes e vale a pena rever estes papéis que desempenhamos todos os dias junto de nossas crias, junto das criaturas a quem queremos fazer a diferença no afetivo!


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