sábado, 25 de janeiro de 2014

Até que o mundo em duas rodas pode ser interessante!

Eu nunca fui apaixonada por moto. Aliás nem por carro. Gosto de conforto, porta-malas gigante e cheirinho de couro pelo estofamento - ah, e que tenha capacidade para levar todo mundo que quero, junto comigo. Assim sendo, veículos de duas rodas não atendem todas as minhas expectativas no que diz respeito à deslocamento com veículos motores.

Aqui em casa, marido sempre foi motoapaixonado. Eu só liberei que ele comprasse uma moto quando tivéssemos dois filhos - vai que isso demorasse e ele mudasse de ideia. Nada feito, tivemos os dois filhotes e ele me derrotou qualquer argumentação opositiva. Assim, há sete anos o cara se divide entre duas e quatro rodas. Mas eu só comecei a gostar de dar voltinhas bem mais tarde, quando ele passou a ter motos potentes e ao meu gosto, bonitas. Antes disso também não tínhamos como deixar as crianças para sairmos só o casal.

O tempo passou, ele foi cada vez mais aprimorando os conhecimentos sobre o assunto (ele tem um blog sobre esta paixão dele, veja aqui). Me integrando deste universo dele (eu não vejo a mesma graça que ele, preferia mil vezes estar falando sobre esmaltes/roupas/moda do que ver motinhos, mas vá!), ganhei acessórios que para acompanhá-lo, exigi que fossem rosa -(bem cor de Barbie/Penélope/Hello Kitty ou qualquer coisa que as valha). E lá vai ele revirar mercados e internet atrás de equipamentos e vestuários que atendam meu gosto mulherzinha!

Bem, mas o que eu queria contar é que fui acompanhar o marido em um salão Bike Show, que acontece anualmente aqui no Rio de Janeiro. Em São Paulo também tem algo maior e no mesmo estilo, mas lá realmente fica difícil estarmos os dois juntos. Vou contar que fui mais pela possibilidade de fotografar coisas para ele - registrar imagens que ele quisesse, que achasse interessante e tal, mas que só o faria pela câmera do celular. Ou seja, era melhor eu fizesse as fotos, mesmo que com a minha compacta, tudo seria diferente...

Então, foram quase cem fotos que fiz. Mas deste total, são poucas as que trazem imagens do que eu curto. Meu olhar para uma feira deste porte é puramente emocional - acho moto bacana: clico. Gosto de algum detalhe bonito: fotografo! E dentro da ótica masculina, realmente não tenho a menor noção sobre o que é realmente fascinante nas motocas. Entendam que eu até sei onde é a mão da embreagem, do acelerador e os freios. Consigo andar em linha reta e curvas abertas e sei passar até 5a marcha - mas não concluí os treinos para a inclusão de categoria na habilitação...

Vou apresentar o que vi!

 Isso bem parecia um Hot Wheels gigante, que até meus guris tiveram algo parecido aqui de brinquedo...

Já este carro é para uma pessoa, tipo uma moto de quatro rodas, se é que isso é possível...



Esta moto eu achei maravilhosa, aqui nesta caso entrou meu coração com toda a estética...

 Uma moto roxa, apesar de gótica, numa cor linda!



Esta aqui chamou minha atenção porque parecia uma moto antiga, em plenos dias atuais...



Vi capacetes lindos e caros, muito coloridos. Mas sempre em tons que atendem aos gostos masculinos...Poucos estandes trouxeram capacetes femininos ou com desenhos mais ao agrado das mulheres.

 Aqui eu achei bacana o colorido, as formas, o conjunto. Sei que a moto é xodó de muito motociclista, mas para mim o enfoque é outro!

 Para não dizer que não há rosa neste contexto...

No quesito vestuário, há t-shirts interessantes para adultos e crianças. Preço variável entre os estandes, tem que pesquisar se quiser adquirir qualquer coisa como em qualquer feira. Comprei camisetas para meus meninos por trinta reais, que em algumas banquinhas saíam a cinquenta - a mesma peça. É um bom lugar para se comprar casacos e artigos de couro - mesmo para quem não vai andar de moto, bons preços e feitios muito bonitos.

O público presente era em sua grande maioria, masculino. Haviam poucas mulheres e as que lá estavam, ou eram vendedoras/demonstradoras, ou acompanhando namorado/marido, etc. Como em todo o lugar onde o cliente é potencialmente homem, há meninas com roupas curtas, justas, transparentes, etc. Um bom motivo para os nossos meninos terem a nossa companhia, tipo nem que seja para aprendermos sobre o vermelho Ducati ou o verde Kawasaki, não é?

Brincadeiras à parte, há muitas mulheres motociclistas nas ruas. Vejo poucas opções do cores para o que as mulheres gostam. Eu bem queria uma capa de chuva com lilás, ou rosa - porque aquelas todas pretas ou vermelhas, credo, são terríveis - melhor nem sair de casa de moto com chuva! Este mercado ainda precisa rever estes conceitos, pois moto não é assunto só para homens! Eu não tenho a menor intenção de vir a ser motoapaixonada, mas saber pilotar e poder fazer isso contemplando as minhas vaidades, com certeza já é  meio passo para quem sabe, um pouco mais de carinho com as meninas de duas rodas!


Salão Bike Show - Riocentro, Rio de Janeiro - de 23 a 26 de janeiro de 2014.
Estacionamento gratuito para motos.
Ingresso individual - R$ 25,00










terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O que que o Rio de Janeiro tem? Um pedacinho do Nordeste, tem!

Moro há onze anos no Rio de Janeiro. Neste tempo todo, há coisas que demorei a conhecer e outras que rapidamente fui tratando de visitar. Os pontos turísticos mais conhecidos daqui como o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor, por exemplo, levei mais de cinco anos para arranjar um tempo/ânimo para ir...

Também o Jardim Botânico, a Vista Chinesa e o próprio centro da cidade foram pontos que custei a visitar, mas finalmente fui lá e voltei outras e outras vezes. Há também museus que conheci e outros que ainda pretendo explorar, mas são pequenos projetos que aso poucos vou inserindo em meu cotidiano de filhotes que vão crescendo e sendo melhores companhias para estas aventuras culturais.

Pois bem, aqui no Rio tem a Feira de São Cristóvão - Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga. É um espaço que reúne um pedacinho do Nordeste Brasileiro através de bancas de artesanato, comidas típicas, tradições e vários trechinhos que compõem a cultura do povo nordestino.

Na chegada, já deparamos com placas muito especiais:






Eu não tinha noção do que encontraria la dentro! Uma diversidade de cores, pessoas, cheiros, sabores e coisas diferentes do que costumo acompanhar em meu dia-a-dia. Na chegada já é possível sentir que ali dentro daquele espaço há uma energia muito forte, intensa, única.























Tudo é repleto de bandeirinhas, alegre, com música animada. Pessoas dançam, cantam sem a menor inibição em karaokês espalhados em diferentes restaurantes/lanchonetes. Fiquei admirada em ver casais dançando felizes o seu forró, mulheres maduras arrebentando no Bee Gees, assim, com microfone na mão e soltando a voz do jeito que a alma queria: sem a menor vergonha. Deles não registrei fotos por uma questão de preservação da espontaneidade e privacidade deles/delas.


Há tempos li algo a respeito de uma bebida (refrigerante)  oriunda do Maranhão, e que fiquei realmente curiosa para experimentar. Tratava-se de um guaraná cor-de-rosa, o Guaraná Jesus. E foi que finalmente pude ter a oportunidade de provar, aliás, se quisesse poderia ter trazido um pequeno estoque dele para casa, pois na feira ele é encontrado em vários estabelecimentos e em diferentes apresentações: lata, garrafinha e garrafão de 2 litros. Não posso dizer que me apaixonei, mas o sabor é agradável e bastante adocicado. Afirmo que não traria a garrafa grandona para casa, mas uma pequenina bem geladinha com certeza eu apreciarei outras vezes.





















Ao longo dos corredores, há figuras e personagens de quem já ouvimos falar ou em algum momento de nossas vidas ou tomamos conhecimento de sua presença na história do nordeste. Eu queria que meus filhos tivessem parado ao lado do Saci Pererê, para registrarmos. Mas não os convenci  e acabou que o encantamento realmente estava mais presente em mim do que neles. Saci é parte da literatura brasileira, de Monteiro Lobato e das lendas folclóricas, é mito da nossa terra - uma personagem querida, atemporal.




E por falar em personagens, eu voltei no tempo quando deparei com uma boneca de pano muito especial para mim. 



Quando eu era bem pequena, ao redor de uns quatro anos de idade, ganhei uma boneca de pano bem negrinha assim como esta. A minha usava argolinhas douradas, um vestido também florido e tinha uma boquinha pequenina. Eu a chamava pelo nome que minha mãe dera: "Nega Beijó". Era uma companheira de brincadeiras e de noites de sono. Foi parceira durante muitos anos e só doei ela quando, na adolescência, achei que ela poderia fazer outra menina feliz, pois comigo ela só teria a função de enfeitar o interior de uma sacola e bem escondidinha sabe lá Deus onde. Bateu uma saudade...Cheguei a pensar em comprar uma nova, mas acabou que fui me distraindo com outras maravilhas e deixei de lado a ideia.

Os brinquedos que vi por lá, são realmente reflexos da cultura nordestina. Instrumentos musicais, artesanatos e muito objeto colorido: bichinhos, bonecos, acessórios. Aliás, cor é coisa que chama a atenção da gente por lá! Em toda a parte há cores vibrantes e fortes, seja nas mesas, nas paredes, não importa: há muita cor em tudo por lá!



Vi bonecos que não são para brincar, mas para enfeitar, para alegrar, para colorir. E mesmo não sendo elaborados para serem manipulados, brincam com a imaginação da gente.






E se por um lado a simplicidade da música reina na infância, há também o colorido do Rock'n'Roll fazendo bonito com o colorido nordestino...





A vitrine da loja de artigos de rock não é apenas uma vitrine de loja de rock, ela traz o estilo brincalhão e alegre de fazer piada que o povo  nordestino tem.

Uma curiosidade que chamou também a minha atenção (e a do filho adolescente, principalmente) foi uma cesta repleta de uns objetos de madeira:


Sim, são pênis eu percebi. Mas minha curiosidade foi em saber o significado disso. No caminho para casa, eu e meu marido filosofamos a respeito e não chegamos a nenhuma conclusão - aliás, se alguém quiser contribuir com a explicação cultural disso, estou aceitando agregar mais este conhecimento! Inúmeras hipóteses formulamos sobre, mas seguimos na mesma: curiosos e intrigados! 

Na feira há também doces, temperos e outras especiarias típicas nordestinas. Algo como bala de cana e tapioca, podem ser encontrada com facilidade por lá! 

Tem artista que trabalha fazendo caricatura personalizada. Um belo trabalho sendo oferecido ali, no corredor, para quem quiser sua imagem traçada com o capricho da mão de um homem cujos dedos são enfeitados por anéis!



Ah, claro, eu com uma câmera na mão tentei não deixar passar vários detalhes significativos do passeio. E mesmo (não?) fazendo parte do contexto, não pude deixar passar desapercebido este bichinho (ele/ela que me perdoe) que não posso dizer se gatinho ou gatinha, mas como acho felinos fofos, quis a imagem do mesmo aqui neste post!
A criaturinha decidiu tirar seu cochilo ali assim, no meio da barulheira e com o constante circular de pessoas e movimento. Ô soninho bom!

Pois assim foi o passeio à Feira de São Cristóvão, repleto de belas imagens clicadas ou na câmera, ou em meus olhos. Mas além de imagens preciso contar que algo mais veio comigo depois desta visita. Meu pensamento foi lá para o meu Rio Grande do Sul. Porque se é para falar em povo que cultiva tradições, ah, posso trazer a gauchada aqui para representar este discurso. E assim foi que em instantes liguei Sul e Nordeste em um mesmo ponto: são povos guerreiros, aguerridos, fortes, unidos entre a sua gente. Falar da tradição nordestina é viver de certa forma minhas memórias gaúchas. 

Percebi que em se tratando de representar a própria terra e viver as suas tradições onde quer que estejam, mantêm viva a cultura destes povos.  Guardo comigo o encantamento deste dia, vivido em  apenas um pedaço de concreto em uma pequenina fatia de um bairro da Cidade Maravilhosa,  como uma porta que se abriu para querer ir até lá visitar algumas cidades nordestinas para poder simplesmente ilustrar com a vivência o que já aproximei de meu coração!

Há um tempinho atrás, uma amiga blogueira (a Fernanda Reali) já havia visitado a feira e registrado o passeio aqui

Então, se quiser uma dica de um passeio rico em imagens e cultura nordestina, passa lá na Feira de São Cristóvão um dia desses também!


*Quanto custa?
Estacionamento para carro: R$ 10,00
Entrada: adultos R$ 3,00; crianças e idosos acima de 65 anos não pagam.

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